Achados e Perdidos
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No ano ado o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) havia sido alertado pela Conmebol sobre uma suspeita envolvendo o atacante. No entanto, a entidade arquivou o caso por considerar "eventuais lucros ínfimos".
Com o indiciamento da PF, que conta com um relatório de 84 páginas, o caso pode ser desarquivado e Bruno Henrique pode virar réu. A expectativa é que a denúncia seja feita ainda em abril ou no começo de maio.
Se for confirmada a denúncia, Bruno Henrique e seu irmão, Wander, podem ser processados na Justiça Comum e na Justiça Desportiva. Eles foram indiciados por estelionato e fraude desportiva, no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que cita fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. A pena para esse tipo de crime varia de dois a seis anos de reclusão. Já estelionato prevê pena de um a cinco anos de prisão.
Até o momento, Bruno Henrique não se manifestou sobre o caso.
Durante a análise do celular do irmão do atleta, apreendido pelos agentes da PF, foram encontradas mensagens que sugerem a participação direta de Bruno Henrique no suposto esquema. As conversas mostram que o jogador teria planejado receber o cartão amarelo de forma proposital na partida contra o Santos.
Em uma das mensagens, datada de 29 de agosto, Wander, irmão de Bruno Henrique, pergunta: “O tio você está com 2 cartão no brasileiro?”, ao que o jogador responde positivamente. Em seguida, Wander comenta: “Quando (o) pessoal mandar tomar o 3 liga nós hein”. Bruno Henrique então responde: “Contra o Santos”. O irmão conclui dizendo que vai “guardar o dinheiro” e menciona um “investimento com sucesso”.
A PF apurou ainda que, um dia antes do jogo, Bruno Henrique teria feito uma ligação para o irmão para confirmar que receberia o cartão. De fato, o jogador foi advertido com um amarelo durante a partida válida pela 31ª rodada do Brasileirão 2023.
Nos acréscimos da partida realizada no Estádio Mané Garrincha, quando o Santos vencia por 2 a 1, Bruno Henrique cometeu uma falta em Soteldo após ser driblado com uma "caneta" pelo jogador venezuelano. Antes mesmo de ser advertido, o atacante começou a reclamar de forma intensa com o árbitro Rafael Rodrigo Klein. As queixas continuaram e, logo depois de receber o cartão amarelo, ele foi expulso com o vermelho.
Além de Bruno Henrique, foram indiciados também seu irmão Wander Nunes Pinto Junior, a cunhada Ludymilla Araújo Lima e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso.
O Flamengo se manifestou sobre o caso por meio de nota oficial divulgada na noite de terça-feira. No comunicado, o clube afirmou que ainda não recebeu nenhuma notificação oficial de autoridades sobre as acusações envolvendo Bruno Henrique.
"O clube reafirma seu compromisso com o cumprimento das normas de fair play no esporte, mas também defende a presunção de inocência e o direito ao devido processo legal, garantindo o contraditório e a ampla defesa, pilares fundamentais do estado democrático de direito", diz o texto.
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