5v4n12
const colorCategory=document.querySelector(".efo-inlineRelated").dataset.color,style=document.createElement("style");style.innerHTML=` .efo-inlineRelated::before { background-color: ${colorCategory}; } `;document.head.appendChild(style)
O professor Nikku Madhusudhan, líder do estudo, relatou surpresa com a concentração de gás observada. “A quantidade que estimamos desse gás na atmosfera é milhares de vezes maior do que temos na Terra”, disse ele. “Então, se a associação com a vida for real, esse planeta estará repleto de vida.”
Ainda segundo ele, há expectativa de obter “provas conclusivas em breve’’:
Esta é a evidência mais forte até agora de que possivelmente existe vida lá fora. Posso dizer com realismo que podemos confirmar esse sinal dentro de 1 a 2 anos
O planeta K2-18b tem tamanho cerca de duas vezes e meio maior que a Terra e está a 119 anos-luz de distância. Cientistas conseguiram analisar sua atmosfera a partir da luz da pequena estrela vermelha que ele orbita.
A detecção atual ainda não atinge o nível de certeza estatística exigido para ser classificada como descoberta. Os dados alcançaram três sigma (99,7% de certeza), abaixo do padrão científico de cinco sigma (99,99999%).
Ainda assim, os resultados são mais robustos do que os obtidos há 18 meses, quando o mesmo grupo identificou o sinal com apenas um sigma (68%).
A professora Catherine Heymans, da Universidade de Edimburgo e astrônoma real da Escócia, ressalta que, mesmo com alto grau de certeza, não se pode afirmar a origem biológica do gás.
“Na Terra, ele é produzido por microrganismos nos oceanos, mas mesmo com dados perfeitos não podemos afirmar com certeza que essa origem é biológica em um mundo alienígena — porque coisas muito estranhas acontecem no Universo, e não sabemos que outro tipo de atividade geológica poderia estar ocorrendo nesse planeta e que também poderia produzir essas moléculas.”
Essa incerteza é reconhecida pelos próprios autores do estudo, que realizam experimentos para verificar se DMS e DMDS podem surgir por vias não biológicas.
Pesquisadores também divergem quanto à composição do planeta. A ausência de amônia em sua atmosfera levou alguns cientistas a sugerirem a presença de um grande oceano líquido, que a absorveria. Já outros acreditam que o planeta pode ser composto por rocha derretida ou até mesmo ser um mini gigante gasoso sem superfície.
“Tudo o que sabemos sobre planetas que orbitam outras estrelas vem de minúsculas quantidades de luz que am por suas atmosferas. Então é um sinal extremamente tênue que temos que interpretar — não só em busca de vida, mas de tudo”, explicou o professor Oliver Shorttle, da Universidade de Cambridge.
Diante das múltiplas interpretações e hipóteses, o debate científico sobre K2-18b permanece aberto. “Daqui a algumas décadas, podemos olhar para esse momento e reconhecer que foi quando o universo vivo se tornou algo ao nosso alcance”, afirmou Madhusudhan.
A pesquisa foi publicada na revista The Astrophysical Journal Letters.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!