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De acordo com as investigações, Rodrigo José de Matos Soares teria disparado o fuzil após confundir uma esquadria de alumínio carregada pelo garupa de uma moto com uma arma. O tiro ricocheteou em um poste e entrou pela traseira da Kombi onde Ágatha estava, atingindo-a nas costas e causando sua morte. A perícia concluiu que o estilhaço do projétil perfurou o tórax da criança, resultando em ferimentos fatais.
Por outro lado, a defesa do policial argumentou que ele agiu sob forte tensão no momento, especialmente após a morte de um colega PM poucos dias antes, também no Complexo do Alemão. O cabo Soares alegou que o disparo foi feito em legítima defesa, acreditando que estava sendo atacado por criminosos, e que a confusão envolvendo a esquadria de alumínio foi um erro de julgamento.
O julgamento teve início na tarde de sexta-feira (8) e se estendeu até a madrugada de sábado. Durante o processo, foram ouvidos depoimentos de vários policiais militares, que reforçaram a versão do confronto entre os PMs e uma dupla em moto. A defesa também convocou peritos para esclarecer pontos da investigação, incluindo a dinâmica do disparo que matou Ágatha. O testemunho de familiares e testemunhas de acusação contestou essa versão, alegando que não houve troca de tiros e que o disparo foi feito de forma precipitada.
Vanessa Sales, mãe de Ágatha, foi uma das primeiras a depor. Comovida, ela relatou o momento exato em que sua filha foi atingida: "Eu não estava entendendo. Aconteceu um barulho que parecia uma bomba e ela gritando 'mãe, mãe, mãe'. Eu falando 'filha, calma'. E até hoje, quando eu chego em casa, sinto aquele vazio, aquele sentimento de que está faltando", disse Vanessa, emocionada.
Após horas de deliberação, o júri, composto por sete jurados, decidiu pela absolvição do PM Rodrigo Soares. A sentença, lida por volta das 2h da madrugada, gerou grande comoção entre os familiares de Ágatha, que estavam na sala do tribunal. As lágrimas e os gritos de indignação foram seguidos por um silêncio tenso, enquanto a defesa do policial comemorava a decisão.
O caso de Ágatha Félix se tornou um símbolo da violência policial nas favelas do Rio de Janeiro, especialmente no Complexo do Alemão, onde o uso excessivo da força por parte das autoridades tem sido frequentemente questionado. Para a família de Ágatha, a absolvição do PM foi um golpe duro, pois o sentimento de injustiça permanece vivo, especialmente após tantos anos de espera.
A defesa do cabo Soares sempre sustentou a tese de que o policial agiu em legítima defesa, motivado por uma situação de extrema tensão. "Rodrigo agiu com base naquilo que acreditava ser uma ameaça real", afirmou o advogado de defesa durante o julgamento. Para os defensores do PM, a condenação seria um equívoco e uma injustiça, uma vez que o policial não teve intenção de matar a criança e que a confusão que resultou no disparo foi um acidente trágico.
Com a absolvição, Rodrigo poderá continuar sua carreira na Polícia Militar, sem as acusações que o acompanharam por mais de cinco anos. No entanto, a decisão não apaga a dor da família de Ágatha.
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