Achados e Perdidos
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Antes da delação do pai, Mohana era sua maior defensora, acreditando em sua inocência. Ela estudou minuciosamente os processos contra ele, tentando encontrar brechas para sua defesa. O choque, de acordo com ela, veio quando as evidências se tornaram inegáveis.
"ei cinco anos defendendo-o, até ele fazer a delação. Fiquei em choque. Eu me dediquei a ele. Engordei 50 quilos com isso tudo. Tenho doenças como TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) e tricotilomania (impulso de arrancar fios de cabelo e pelos do próprio corpo para alívio da tensão), que se agravaram muito. Hoje faço terapia, tomo quatro remédios controlados e fiz uma bariátrica", compartilhou.
Na entrevista, a jovem detalhou o impacto que a prisão e as revelações sobre seu pai tiveram em sua vida e na de sua família. Ela abandonou seu trabalho nos Estados Unidos para cuidar do irmão mais novo, que tinha apenas 14 anos na época, além de ter assumido a responsabilidade de ajudar a avó.
"Ver a imagem dele me embrulha o estômago. É difícil olhar para ele, conversar. Olho e penso comigo mesma: "O que você fez, Lessa?". Já pensei em mudar de nome por causa dele. Pelo menos o sobrenome. Pensei em tirá-lo da minha identidade. Mas ele é meu pai, e nunca deixará de ser. As coisas nunca serão como antes. Agora ele tem que assumir e pagar pelo que fez", contou Mohana.
Ela conta ainda que o pai nunca deu detalhes sobre suas atividades, e para ela, Lessa era apenas um policial respeitado, especialmente depois de perder uma perna em 2009, quando uma bomba explodiu em sua caminhonete blindada. Até então, Mohana o via como um herói.
"Ele era meu herói, mas agora... Agora é complicado. Mesmo com toda a fé que tenho, perdoá-lo é uma tarefa muito difícil. Ele destruiu nossa família, nossa vida. Eu o amo, mas não consigo mais olhar para ele da mesma maneira. O perdão pode até vir um dia, mas hoje, para mim, é impossível", finalizou a jovem.
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