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Segundo Priscilla, técnicos da concessionária já identificaram baixa pressão na rede como a causa do problema, mas nenhuma solução definitiva foi implementada.
Na semana em que o estado do Rio vive uma onda de calor, os moradores se veem num dilema: tomar banho ou cozinhar?
Temos que decidir todos os dias se vamos tomar banho, cozinhar ou lavar roupa. É humilhante. A gente paga as contas, mas se atrasar um pagamento, vem multa.
Na região, há casas com idosos acamados e recém-operados. A situação tem impactado diretamente a rotina e a saúde dos moradores. O autônomo Lauro Rodrigues da Silva, de 23 anos, relata a dificuldade de cuidar da mãe, que está em recuperação de uma cirurgia.
"Os reservatórios já estão no fim. Minha mãe está se recuperando de uma cirurgia e precisa limpar os ferimentos, fazer curativos, é muito arriscado reaproveitar água e infeccionar’’, preocupa-se.
A situação semelhante afeta a enfermeira sanitarista Fátima Moreira, de 63 anos. Ela relata dificuldades para manter a higiene da mãe de 88 anos, que recentemente teve uma internação por gastroenterite.
"Recebi apenas duas pipas d'água em seis meses. A água que pinga na minha cisterna pode vir limpa, mas depois de tantos dias com o cano seco, acumula vírus e bactérias. Minha preocupação é com a qualidade dessa água".
Ainda segundo a moradora, o jeito tem sido comprar garrafas de água mineral e usar toalhinhas higiênicas para reduzir o número de banhos.
‘’Em um verão desse, em que precisamos de água, precisamos nos hidratar, tomar mais banhos, como é que a gente fica? Com esses reservatórios de água que estão fazendo, vai aumentar mais a questão da dengue, porque muita gente não tem a mesma consciência que muitos de nós aqui da rua têm, de armazenar água tampada. Com esse armazenamento fajuto, você vai ver a proliferação do mosquito da dengue, as diarreias...’’, alertou.
Enquanto aguardam uma solução definitiva, os moradores continuam recorrendo a alternativas emergenciais, como o compartilhamento de água entre vizinhos e a compra de caminhões-pipa particulares, o que tem gerado custos adicionais e transtornos aos residentes.
Os moradores também relatam que outras ruas próximas têm abastecimento normal, o que levanta suspeitas de que a falta de água na Rua Odila Gomes Barros esteja relacionada a uma intervenção na distribuição. "A água não falta em toda a região, apenas aqui. Quando querem, abrem a manobra, e a água vem", diz Priscilla.
Além dos relatos de falta d'água, os moradores também criticam cobranças de valores exorbitantes nas contas, mesmo sem estarem consumindo. ‘’A gente não se nega a pagar. Mas a gente quer pagar aquilo que a gente consome, o que é justo’’, concluiu a moradora, Priscilla Pires.
Questionada pelo ENFOCO, a concessionária Águas do Rio informou que dará início, nesta quarta-feira (19) a uma obra de extensão de rede que vai melhorar o fornecimento de água para a região afetada.
"A concessionária esclarece que hoje (18) realizou o abastecimento alternativo dos clientes por meio de caminhão-pipa, que vai ser mantido até que o abastecimento seja normalizado. A empresa segue à disposição pelo 0800 195 0 195 para ligações gratuitas ou mensagens via Whatsapp", complementa a nota.
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