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Estima-se que cerca de 2 milhões de brasileiros convivam hoje com algum grau de compulsão em apostas, de acordo com o Instituto de Apoio ao Apostador. A realidade desses jogadores patológicos, muitas vezes invisível ao grande público, tem motivado o crescimento expressivo nos atendimentos da ONG — que atua gratuitamente com acolhimento psicológico, grupos de apoio e consultoria financeira.
Segundo Marina, os influenciadores digitais e os próprios amigos têm papel central no início dessa jornada compulsiva.
“Muitos descobrem as apostas esportivas e os cassinos através de amigos, que vendem a ideia, mesmo fraudulenta, de que esse é um meio certo para a riqueza. Outros são impactados por criadores de conteúdo com os quais possuem uma relação parassocial, ou seja, um apego e uma confiança baseados apenas na figura midiática”, explica a estudiosa.
Essas influências, segundo a psicóloga, atingem principalmente pessoas de classe média baixa e baixa, com escolaridade limitada. “Aqui no IAA há uma quantidade razoavelmente equivalente de homens e mulheres, de idades variadas, mas em sua maioria são pessoas sem ensino superior e com baixa renda.”
Além dos impactos financeiros, os efeitos do vício se estendem ao núcleo familiar. Casamentos desfeitos, distanciamento de filhos, brigas constantes e rompimento de laços com parentes próximos são relatos frequentes entre os pacientes atendidos pela ONG.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a ludopatia como um transtorno mental, com sinais claros: preocupação excessiva com apostas, uso do jogo como forma de fugir de problemas, mentiras sobre tempo ou dinheiro gastos, aumento dos riscos para obter prazer, e consequências negativas na vida pessoal e profissional. Quando o jogador não consegue parar ou sente mal-estar ao não apostar, o quadro já exige atenção imediata de especialistas.
Com sede em Niterói, o Instituto de Apoio ao Apostador atua gratuitamente, de forma sigilosa e com acolhimento humanizado. Fundado com a missão de conscientizar e transformar realidades, o IAA também realiza campanhas educativas e materiais informativos para alertar sobre os perigos da compulsão.
Para a psicóloga Marina Tavares, o principal desafio ainda é o o precoce à informação e a desconstrução do glamour que envolve o universo das apostas.
“Enquanto essa ilusão de enriquecimento rápido continuar sendo vendida como verdade por figuras de confiança, o número de casos só tende a crescer”, finaliza.
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